terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O que o futuro nos reserva para 2011? Prevê-lo é impossível, mas saber se organizar para transformar o próximo ano em uma época de sucesso financeiro é questão de planejamento. Que investimentos que são tiro certo no ano que vem? Em que investir tudo o que conseguimos juntar até o ano? Como e por onde começar?


Cautela: A inflação e a ilusão do crédito

O fim do ano é uma época de comemorações. E o clima eufórico de mais uma etapa cumprida, nessa passagem de 2010 para 2011, ganha fôlego no bom cenário econômico brasileiro, com perspectivas otimistas para o novo ano. No entanto, especialistas alertam que é neste frisson que mora o perigo. Estudiosos de psicologia de consumo e mercado explicam que esse oba-oba é uma das principais armadilhas que levam os consumidores a contrair dívidas acima do orçamento. Segundo eles, o primeiro passo para o bolso saudável é economizar.


"O consumidor individual tem que entrar no ano com uma certa cautela. Não deixar se envolver por esse otimismo envolvendo o país e a economia. As pessoas acabam entrando na onda", alerta a psicanalista Márcia Tolotti, especialista em psicologia organizacional e do trabalho.


Com as linhas de crédito cada vez mais expandidas, os consumidores têm a tendência de aproveitar as oportunidades de crédito para adquirir o famoso ‘sonho de consumo'. Márcia, autora do livro "As armadilhas do consumo", adverte para o uso consciente desse crédito. "O Brasil está com uma política de incentivo ao mercado interno e a expansão do crédito é uma das ferramentas, diferentemente do que ocorre em países como a Alemanha. Lá, o incentivo ao empreendedorismo é muito mais forte. O consumidor brasileiro deve começar a pensar no uso dessas linhas de crédito para investir no seu próprio negócio", recomenda.


O bom momento da economia também tem reflexos em outras áreas e algumas não tão vantajosas ao consumidor comum. De acordo com Sandra Blanco, especialista em mercado de ações, coordenadora e criadora do site www.mulherinvest.com, a economia aquecida favorece o aumento da inflação, principalmente nos produtos de primeira necessidade. "O país com um grande aumento na produção, desemprego baixo e uma classe média com maior poder aquisitivo é um país propício à inflação. A alta nos preços dos alimentos já indicaram isso. Essa política de aumento de crédito existe para que as pessoas gastem mais. No entanto, temos que educar financeiramente o consumidor para utilizar esse crédito de maneira correta", diz.

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O mau uso do crédito pode fazer todo o planejamento inicial ir por água abaixo. E a inflação deverá ser mesmo o grande inimigo do consumidor no próximo ano. Conforme relatório Focus divulgado pelo Banco Central em 15 de novembro, os prognósticos para a inflação no ano que vem têm aumentado a cada mês, agora superando os 5%. E segundo o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), a inflação já avançou 0,72% em novembro, impulsionada principalmente pela alta dos preços dos itens de alimentação e vestuário. Com essa estimativa de inflação, o consumidor tem de direcionar esse crédito para perspectivas a longo prazo.

Compras para a ceia de Natal, roupas para o réveillon e presentes devem estar completamente fora das possibilidades de uso de crédito. "O consumidor deve ser educado financeiramente para usar esse crédito com bens duráveis. Consumo com roupas ou supermercados estão fora de cogitação. A inflação deverá aumentar no próximo ano e, consequentemente, as taxas de juros. Isso pesa diretamente no bolso do consumidor. O crédito só deve ser usado em coisas que realmente valham a pena", diz Sandra.



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