quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Protetor solar na gravidez: tem risco?


Um recente estudo publicado por pesquisadores suíços confirma uma suspeita antiga dos médicos: substâncias presentes em protetores solares são absorvidas pelo organismo e excretadas no leite materno.

A descoberta revela que bebês estão sendo expostos a composições químicas com potencial tóxico. “Cérebro, órgãos sexuais, pulmões e inúmeras glândulas estão em formação nestas crianças, ainda muito novas. Não se sabe o que essa contaminação pode causar”, alerta o cosmetologista Maurício Pupo, consultor em desenvolvimento cosmético e coordenador da pós-graduação em cosmetologia da Unicastelo.

A suspeita já existia porque estudos anteriores tinham verificado a presença de algumas substâncias de protetores na urina e no sangue de adultos. “Se o produto penetra na pele e segue para o sangue, era razoável pensar que ele também poderia ir para o leite materno, em mulheres lactantes”, comenta Pupo.

A taxa de contaminação das lactantes não é pequena. No estudo suíço, realizado com 54 mulheres na Universidade de Zurique, 85,2% das amostras de leite materno tinham algum resquício de protetor solar.

“O que chamamos de protetor solar é, na verdade, uma combinação de 20 a 30 substâncias químicas diferentes na formulação. Algumas requerem atenção”, adverte o especialista.

Existem três substâncias que são particularmente problemáticas: 4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) e octocrileno (OC). Elas são chamadas de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que podem permanecer acumulados nos tecidos gordurosos de organismos vivos, dentre eles os seres humanos.

“Essas substâncias estão presentes em cerca de 30% dos protetores comercializados no País”, afirma Pupo. E como os protetores são produtos cosméticos, na classificação da Anvisa, todos podem ser vendidos livremente, sem qualquer receita.

Danos à reprodução

O cosmetologista cita estudos mais antigos, nos quais ficou comprovado que as substâncias 4-MBC e 3-BC afetam o sistema reprodutor de animais. “Elas podem desequilibrar o comportamento sexual feminino, alterar o tamanho da próstata e causar alguns desequilíbrios endocrinológicos”, aponta o especialista. “Em ratos, o crescimento ficou mais lento e a puberdade, postergada”, acrescenta.

Isso acontece, explica Pupo, porque os POPs agem sobre os mesmos receptores do estrógeno, o hormônio feminino. “O organismo pode se confundir”, afirma.

Estes efeitos danosos foram comprovados em animais, não em humanos. “Os protetores são amplamente usados no Brasil e não há relatos de complicações por seu uso”, pondera o dermatologista Sérgio Schalka, tesoureiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-SP).

Como prevenir

Na dúvida, o cosmetologista recomenda evitar os protetores com as substâncias suspeitas. “Sei que os nomes são complicados para decorar, mas pessoas alérgicas são obrigadas a andar com listas enormes de substâncias que não podem usar”, comenta Pupo.

Ele recomenda algo parecido às grávidas e lactantes. “Anote o nome das substâncias e solicite ao farmacêutico um protetor solar livre delas”, orienta.

Quanto usar

Tendo em mãos um protetor solar adequado para gestantes e lactantes, a mulher deve ter cuidado para usá-lo corretamente. O ideal é aplicar cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol, embora algumas marcas já tenham fórmulas mais modernas, com absorção quase imediata.

Cerca de seis colheres de chá são suficientes para o corpo. Elas devem ser espalhadas de maneira homogênea e reaplicadas a cada duas horas. Se a pessoa passar menos protetor, o efeito dele passa a ser menor. Banhos de mar ou de piscina prolongados, com mais de 30 minutos, aceleram bastante a eliminação do protetor.




ig

4 comentários:

  1. Prezada Elizangela, parabéns pelo Blog, seu material esta ótima qualidade.

    Att:
    THIAGO CARDOSO.'.
    www.technoaco.blogspot.com

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  2. Obrigada pela visita, te sigo também. =)
    Beijo.

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  3. olá, sou farmacêutico e bioquímico e acho muito pouco provável que o protetor ultapasse toda a barreira de queratina da pele para atingir a circulação sistêmica e ir para no leite rssss

    não podemos nos basear em uma pesquisa, até pq para se criar um conceito em saúde, é preciso avaliar vários trabalhos científicos.

    mas gostei muito do seu blog... quer ganhar um seguidor? visite-nos e nos siga, avise no comentário deixando o seu link

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  4. Parabéns pelo excelente texto.
    Todo produto químico aplicado à pele penetra na corrente sanguinea causando algum tipo dano.

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